Fiz contra minha vontade um concurso publico. Me senti um bandido de renome internacional. Me fizeram tirar o relógio, escrever apenas com a carga da minha caneta, pois não tinha corpo transparente. Tive de tirar os óculos, tirar a bateria do celular. Sequer a chave do carro
pude deixar no bolso, pois caso eu fosse ao banheiro, seria submetido ao detector de metais. E mais, caso meu celular tocasse ou eu fosse surpreendido portando um lápis que fosse, seria automaticamente eliminado do concurso.
Uma pena que o idiota que escreve esse idiotal não trabalha no ministério da justica ou coisa que o valha, pois no presídio se pode usar celular, até fazer extorções. Claro, não se fez um edital para
admitir presos, logo, não é lei como me disse a imbecil que me recepcionou.
Ao sair tive acesso ao saco lacrado onde tive de depositar meus pertences, saco plástico, daqueles que entopem bueiros e aumentam o efeito estufa. Claro, o presidente disse que ia colaborar para
reduzir! Imaginem e pasmem, nos orelhões tinha um cartaz escrito "interditado", com os fones pendurados, como se alguém muito ninja fosse sair da sala, passar pelos muitos fiscais no corredor, pegar o telefone público ligar para alguem e pedir ajuda numa resposta, num concurso onde praticamente quem erra uma questão, está automaticamente fora.
Agora entendo o sentido da frase não roube, o governo detesta concorrência, afinal, o concurso era federal. Imagine que eu ia gastar um milhão fazendo um sistema de cola eletronica com óculos escuros de cristal liquido, com celulares 3G ou televisao digital, para ganhar pouco mais de 10 mil por mês? Tem deputado que faz isso... E nem precisa fazer concurso!
Lembrei também de outra frase famosa, que diz: "cada um julga os outros por si". Se roubam e sacaneiam, claro que imaginam que eu farei igual.
E depois eu que sou saraiva.
Um comentário:
Fantastico, vc esta certo, cada ser humano ve o mundo como ele mesmo é....
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