sábado, 7 de março de 2009

A contramão das coisas


Parece que cada vez mais, quanto mais tentamos entender o porque das coisas, ou o funcionamento das coisas, elas sempre se apresentam de maneira contrária, ou na contramão.
Pare um pouco para pensar....

O mundo clama por uma diminuição dos níveis de CO (gas carbônico) na atmosfera, mas parece que aqui no país, estamos contribuindo para o aumento. Pois o governo cobra mais IPVA de quem tem adquire um carro zero km ou seminovo (já adequado ao sistema catalisador/injeção eletrônica) do que quem utiliza um carro com mais de 20 anos, que polui no mínimo 20 vezes mais...

Os pedágios existem para dar manutenção nas estradas, ou seja, ampliar, melhorar, adequar as rodovias à situação atual do nosso trânsito. Mas em contrapartida um caminhão de 10 toneladas ou mais (com dois eixos) paga 2 ou 3 reais a mais que um carro com apenas UMA tonelada!!! Ou seja, o que faz deteriorar o asfalto? o pesado ou o leve?

O jornal de maior circulação do nosso estado (RS) publica uma matéria informando que um alto percentual (mais de 50) de flanelinhas, é foragido da justiça ou se encontra em condicional. Em contrapartida, não existe fiscalização/abordagem no setor em dias de shows, jogos, finais de semana, teatros, etc... ou seja, se vc for extorquido, assaltado ou tiver outro tipo de problema com um flanelinha, dificilmente teremos uma prisão (mesmo o cidadão sendo fugitivo ou tendo contas a pagar com a justiça) agora, experimente ser pego no bafômetro?

Foi criada uma lei (nova) proibindo de dirigir quem consome bebidas alcoólicas (comercializadas lícitamente), em qualquer faixa de consumo, a conhecida lei saraiva, tolerância zero, mas em contrapartida, quem consome drogas como maconha ou cocaína (vendidas ilícitamente) não é fiscalizado ou caso seja, é liberado...

Ainda nesta mesma linha de raciocínio, o governo alega que a fiscalização é ineficiente (seja para bafômetro, armas, drogas, etc...) por falta de efetivo, mas fui abordado no litoral agora no verão, por brigadianos, que conferiram apenas os documentos (verificando recolhimento de IPVA), perdendo a oportunidade de verificar o porta malas do meu carro, que poderia ter um cadáver, o portaluvas, que poderia ter uma pistola ou um revólver, o banco traseiro ou meus bolsos, que poderiam conter drogas, ou até mesmo me pedido para soprar o bafômetro. Sem falar se poderia estar com faróis de xenon, escapamento barulhento ou outras coisas proibidas que gerariam multas...

Uma ou duas reportagens de um programa dominical, mostraram adolescentes que praticavam roubos em postos de combustíveis, atacando clientes de lojas de conveniência e sempre os agredindo com muita violência (coronhadas, socos). Uma outra mostrou o que acontecia com bicicletas que eram deixadas propositalmente sozinhas em parques, para ver o que acontecia. O exemplo realizado em nossa capital, mostrou que poucos minutos foram suficientes para o sumiço da bicicleta. Em contrapartida, e de acordo com o ECA (o nome não podia ser melhor) o rosto do criminoso foi ocultado. Porque será que não podemos ver a cara de quem nos assalta, o que imagino até ajudaria na captura, pois muitas pessoas poderiam ver e identificar...

É mesmo difícil de entender. Porque se uma lâmpada na rua queima ou se uma placa é atingida num acidente, se a pintura das faixas nas estradas estão apagadas, o conserto demora tanto tempo? Nunca existem verbas... Em contrapartida se um pardal for atingido, ou um parquímetro, quanto tempo demora a reposição ou o conserto? O que beneficia mais a população, um parquímetro ou uma placa de sinalização? O que diminui o risco de um acidente, uma pintura visível no asfalto ou um pardal ? No entanto, mesmo entendendo que uma opção beneficiaria mais pessoas do que a outra, a contramão das coisas parece ter um poder magnético muito maior.

Para finalizar a melhor ou maior de todas. Um estatuto (desarmamento) foi criado com a intenção de tirar da bandidagem um grande número de armas, pois, no entendimento de quem legislava na época, o bandido tirava a arma do cidadão de bem em um assalto ou outra ocasião, e posteriormente a usava para cometer crimes. No entanto, para configurar a contramão das coisas, ontem foi noticiado na imprensa que os bandidos atacaram um centro de treinamento da POLÍCIA no centro do país, roubando FUZIS e PISTOLAS, além de munição suficiente para usar esse armamento por um bom tempo, afinal lojas não vendem balas pra fuzil. Claro que ninguém viu, ninguém foi detido. Agora experimenta atrasar a pensão alimentícia....

E depois eu que sou Saraiva.

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