terça-feira, 24 de março de 2009

Aparentemente alterado

Como diria o senador Zambiasi, “Olha gente, é imperessionante...”...

Já comentei outro dia a respeito das notícias que lemos no jornal diariamente. Sem querer ser redundante, pois parece que os outros posts que escrevi tem tudo a ver um com o outro.

Vejam a que ponto chegamos. O descaso total das autoridades civis e policiais. Chegamos ao ponto de um cidadão que pode andar de lancha no Guaíba atirar contra guardas civis e passageiros de um Barco de lazer restaurante/boate que navegava no Guaíba. Claro que ninguém foi preso. Suponho que pelo estatuto do desarmamento, este cidadão não tinha porte de arma, e pelo pressuposto da PF, estamos todos amparados pela polícia, e não precisamos fazer nossa própria segurança.

O que mais me indigna, é que os jornalistas que dão ênfase a este tipo de reportagem, que vem a ilustrar cada vez mais que as pessoas de bem não podem ter armas (apenas os bandidos, que não compram em lojas, não usam calibres permitidos e não tem porte de arma), pois sempre no meio de suas matérias colocam a seguinte frase:

- Aparentemente alterado pelo uso de drogas/bebida.

Claro que não me cabe julgar aqui o mérito da lei. Mas entendo que tanto a bebida como a droga, não me alteram a capacidade de discernimento. Quando eu bebo, uma cerveja ou um vinho no almoço, no jantar ou em qualquer eventualidade, e digo bebo porque não uso drogas (mas reconheço quem usa), sempre sei que é proibido cruzar o sinal vermelho, sempre sei que transar com crianças é crime, nunca esqueço que atirar contra guardas ou barcos é proibido e principalmente, que toda ação gera uma reação (Lei de Newton) e uma conseqüência.

Mas analisem a ótica dos legisladores. Se existe bafômetro que apenas consegue verificar resíduos de álcool, a lei pune quem usa o álcool e dirige, mas quem fuma maconha ou usa cocaína não é punido. Mesmo sendo a cocaína e maconha uma substância ilícita, e que o governo nada recebe cada vez que é vendida, em contrapartida, cada vez que compramos uma garrafa de vinho, pagamos uma série de impostos, geramos empregos, e ainda por cima uma multa de 900 reais com possibilidade de prisão.

Nos estádios não se pode beber, pois nessa ótica, só briga quem bebe, quem se droga. Mas se pode beber antes de entrar no estádio. Na minha opinião, quem briga já sai de casa com essa intenção, independente de beber ou usar droga. Tem gente que vai pra festa apenas para brigar, porque na sua turma, quem bate mais é o maioral. Mas em contrapartida, li no jornal outro dia uma nota que falava de um jovem que foi preso por briga no estádio e com porte de maconha, foi advertido, proibido de assistir os próximos dois jogos, e doar algumas cestas básicas para uma instituição. Enquanto o cara que toma uma taça de vinho para diminuir o colesterol, não bateu em ninguém e não consumiu um produto ilícito paga quase mil reais e pode ainda ser preso.

O difícil é entender que mesmo acontecendo problemas desse grau de importância, tem colunista que se preocupa em cercar parques, ou em defender que foi o pioneiro em apresentar um programa em pé (os outros apresentam sentados).

E depois eu que sou saraiva.

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