terça-feira, 24 de março de 2009

Proposta


Outro dia fiquei pensando o que aconteceria caso alguém resolvesse revogar o artigo da constituição que diz, que todos somos iguais perante a lei, e que temos os mesmos direitos.
Mas pensei de uma maneira diferente. Somos obrigados a pagar impostos para gerar caixa em nossos governos (municipal, estadual e federal), e para tanto pagamos as vezes o mesmo imposto n vezes. Exemplo, o produtor paga o imposto para fabricar um determinado produto, o mercado paga quando vende, o cidadão paga quando compra, e assim sucessivamente.
Em tese, o dinheiro desses impostos paga ou custeia escolas, polícia, praças, parques, hospitais, estradas e todo o patrimônio público de uso comum. Em contrapartida quem tem auto-respeito sabe que é praticamente impossível usar os serviços públicos, fazer um exame, internar-se em um hospital, ou ficar dias na fila de madrugada para conseguir uma consulta, e acaba por pagar um plano de saúde. Mas não fica isento de contribuir com a saúde pública. Assim funciona com a segurança, tem-se que custear uma empresa de vigilância, pagar seguro. Se paga IPVA, mas tem-se que pagar pedágio para andar em estradas sem a menor condição. Então novamente pagamos tudo em dobro.
Digo tudo isso pois falou-se em uma possibilidade defendida por muitos de cercarmos todos os parques da cidade, redenção, parcão, marinha do Brasil. Só vai ganhar com o cercamento a empresa que vender o ferro para fabricar as grades.
Eu sempre disse que era contra, pois um bem público tem que estar a disposição de todos, mas principalmente de quem o sustenta, que é quem paga imposto. Imagine se uma estátua estiver cercada, como se poderá tirar uma foto? A própria fonte Talavera, um símbolo da nossa prefeitura, de valor incalculável, cada turista que visita nossa cidade e consegue tirar uma foto (se sua câmera não for roubada) vai aparecer junto as cercas/grades. E dizer que quem destruiu a fonte foram exatamente as pessoas que são beneficiadas com o dinheiro desses impostos e que geralmente são isentos do pagamento (nesse caso um protesto de carroceiros).
A minha proposta é que se nós contribuintes não podemos usufruir dos bens que sustentamos, que acabemos com eles. Se um cidadão tem uma casa muito grande, que consome muita luz, água, empregados ou um carro que consome muito combustível, a tendência é que se venda esse patrimônio e se use o dinheiro em outra coisa.
Não gostaria de no futuro dizer para um filho, que não podemos ir ao parque tal, porque é perigoso. Ela não vai entender.
E depois eu que sou saraiva.

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